Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+ e nós, aqui do Camgirl, no início do mês trouxemos um artigo com uma lista de mulheres famosas que fazem parte da comunidade abertamente e são fonte de inspiração e orgulho.
Apesar de estar muito mais fácil atualmente se compararmos ao século passado, a luta para se assumir ainda é muito difícil para muitas mulheres que, para agradar a família ou por medo, acabam deixando de lado seus desejos e vontades, se encontrando em relacionamentos que não as satisfazem.
Porém, mesmo com medo ou insegurança, muitas decidem se rebelar e assumir suas vontades, assim como as artistas que você confere clicando aqui.
Mas não são só as famosas que seguiram esse caminho. Outras mulheres que também decidiram seguir seus corações e deram adeus a esse medo e aos padrões da heteronormatividade foram algumas camgirls do CameraHot e, hoje, em homenagem ao mês de junho, trazemos uma entrevista com duas delas para saber um pouco mais sobre esse processo de descoberta da própria sexualidade, preconceito e crescimento!
Entrevista sobre orientação sexual com as camgirls
Miss Ass
1 – Como você se enquadra dentro da comunidade LGBTQIA+?
Eu percebi, quando adolescente, que tinha vontade de ficar com meninos e com meninas. Ficava com os meninos, porque acreditava que essa seria a única maneira de ficar com aquelas meninas. Depois de um tempo, vi que essa possibilidade era real, mesmo sendo mulher. Mas por um bom tempo só ficava com homens, até que na faculdade passei a me relacionar com meninas também.
2 – Qual foi o processo que fez para se assumir? Como foi internamente para você se aceitar enquanto LGBTQIA+?
Passar a se aceitar foi um processo de desconstrução. Eu era bem alienada, mas tive contato com o feminismo e contei com ajuda de amigas que conheci em uma roda de conversa.
3 – Você já sofreu preconceito por ser assim? Gostaria de contar um pouco sobre?
Uma vez numa festa eu beijei um cara e logo em seguida uma menina, e na fila do banheiro uma mulher falou que somos uma classe indecisos e enrustidos.
4 – Sua família e amigos sabem?
Meus amigos aceitaram numa boa, depois foi criar coragem para contar para minha família.
4.1 – Se sim, qual foi a recepção deles?
Cheguei a negar um relacionamento com uma garota. Mas reuni forças e contei para minha mãe, que aceitou e decidiu que não precisava sair expondo minha orientação sexual por aí. Para mim, sair do armário foi tratar minha bissexualidade com respeito.
5 – Qual a importância de falar sobre respeito, igualdade e cidadania para a comunidade LGBTQIA+?
Ninguém deveria ver problemas em gostar dos dois gêneros, já passou da hora de começarmos a gostar de pessoas não de genitais
6 – Gostaria de deixar uma mensagem para outras mulheres que estão no processo de se descobrir e se assumir enquanto LGBTQIA+?
Todo mundo nasceu para ser feliz, se você sente amor, paixão e tesão por pessoas do mesmo sexo ou não, vai em frente de cabeça erguida. Se sua família recusa-se, mesmo depois de muitas tentativas e paciência de sua parte, a te aceitar e te amar como gay, não abra mão de sua realização e felicidade pessoal para agradar aos parentes. Quem está errado não é você, são eles que devem mudar, portanto, se não te aceitam como você é, construa novos laços de amizade. Assumir não é crime nem doença e você deve exigir que seja respeitada. Afinal, se alguém está errado não é você e sim quem discrimina os LGBTQIA+?
Safada Bi
1 – Como você se enquadra dentro da comunidade LGBTQIA+?
Me considero bi sexual
2 – Qual foi o processo que fez para se assumir? Como foi internamente para você se aceitar enquanto LGBTQIA+?
Eu sempre tive vontade de ”experimentar” ficar com mulher, mas nunca coragem. Ai quando conheci meu marido e me senti a vontade com ele de fala sobre o assunto. Ele foi super compreensivo comigo. E contei tudo que eu tinha vontade de fazer. Depois de conversarmos muito sobre o assunto, resolvi que queria fazer um ménage. E foi muito bom, muito tranquilo.
3 – Você já sofreu preconceito por ser assim? Gostaria de contar um pouco sobre?
Graças a Deus nunca. Sempre tive sorte de conhecer e conversar com pessoas de mente aberta.
4 – Sua família e amigos sabem?
Alguns amigos sabem sim. A família não contei até por que não temos contato direto.
5 – Qual a importância de falar sobre respeito, igualdade e cidadania para a comunidade LGBTQIA+?
Para construirmos um mundo melhor, sem preconceito, com igualdade e respeito para todos.
6 – Gostaria de deixar uma mensagem para outras mulheres que estão no processo de se descobrir e se assumir enquanto LGBTQIA+?
Meninas, se joguem, esqueçam por 1 minuto sobre a sociedade em que fomos criadas. Depois disso as coisas parecem que ficam mais claras. Curtam a vida, experimentem pra se descobrir. Experimentar não é feio ou errado, é normal.
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E depois dessa mensagem das duas camgirls do CameraHot, fica aqui a nossa homenagem, a nossa força, o nosso apoio e luta para que todas as mulheres possam sentir, amar, desejar o que quiserem, sem pressão da sociedade ou que cumprir um papel ao qual não gostam ou não se sentem confortáveis em cumprir.
Para nós, do Seja Camgirl, o lema é “consideramos justas todas as formas de amor“!